Foi na cena carioca que surgiu uma das grandes responsáveis pela cena crossover do país, a DORSAL ATLÂNTICA, e após esta surgiria uma boa cena Grind no estado. Este álbum que resenho é uma prova disso que estou falando, e a ORROR é daquelas que não decepcionam.
Com pé no Grind/crust, os caras fizeram um álbum impecável, principalmente em termos sonoros. ‘Monstro brasilis’ é uma devastação impiedosa sobre tudo que é podridão do sistema brasileiro. Vale lembrar aqui que um dos idealizadores da banda é Victor Pellizzetti (ex-BHODUM), um ótimo compositor e já conhecido no meio.
A abertura com ‘Imune’ é um indício de um Grindcore daqueles bem primitivos, com destaque para os vocais e a cozinha do baixo, ‘Letargia’, ‘Imune’ e ‘Dengue’ são daquelas pedradas que dão uma rasteira que nem se percebe quando chega. ‘Versus’ apresenta riffs que ecoam numa distorção soberba, e o baixo segura com eficiência a base.
Já em ‘Santi’ temos aquela pegada visceral de matranca da bateria. A passagem ultra-rápida de ‘Morto’ e ‘Cadáver’ conduz a ‘Parasite’ uma das mais memoráveis do álbum, com uma mudança bem colocada de um ritmo devastador para uma linha hardcore mais tradicional. Essa pegada se mantem com ‘Colheita’ e é tão marcante quanto a anterior. O ponto alto do set list é notado em ‘Fantoche’ e ‘Emgov’, com seus riffs e boas variações, sobretudo as viradas da bateria. A rápida passagem de ‘Escola’ fecha este trabalho que julgo ser um dos melhores da cena Grind nos últimos por aqui. Ouça com o volume alto e com atenção ou não quando o som rolar, você jamais saberá de onde veio a porrada que o atingiu.
Faixas:
1-Imune
2-Letargia
3-Brut
4-Dengue
5-Versus
6-Santi
7-Morto
8-Cadáver
9-Parasite
10-Colheita
11-Fantoche
12-Emgov
13-Escola
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